Palacete do Gavião

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O Palacete do Gavião localiza-se a 2km do município de Cantagalo, no estado do Rio de Janeiro. Um imponente prédio onde se hospedou o imperador brasileiro Dom Pedro II em visita à região. Pertencia ao fazendeiro Clemente Pinto (Barão de Nova Friburgo), dono de várias outras fazendas de café na região.


O Palacete do Gavião foi construído no ano de 1860, com a ideia da construção do ramal férrea de Cantagalo à Friburgo. O projeto arquitetônico do Palacete do Gavião foi realizado por Carl Friedrich Gustav Waehneldt, o mesmo arquiteto que projetou o Palácio do Catete, onde viveu e morreu o Presidente Getúlio Vargas, e que hoje é o Museu da República, no Bairro do Flamengo, no Rio de Janeiro. A sede é um exemplo de arquitetura neoclásica do Brasil, possui doze colunas frontais que dão ao prédio suntuosidade romana. Os vários salões internos eram ricamente adornados com peças de mármore e prata, e do teto caíam candelabros. É um dos prédios mais imponentes da região. Por ali passaram Dom Pedro II e sua filha, a Princesa Isabel, além de ministros, condes e barões. O edifício encontra-se plantado numa colina, entre arvoredos, pomares e uma insdústria de laticínios, representando uma atalaia perdida no deserto, guardando sonhos e esperanças dos antigos e poderosos senhores.
No interior do palacete ainda existem vestígios da belíssima pintura a óleo. Na sala de jantar, cuja decoração notavam-se peixes, aves e frutas, feitas com perfeição por um notável pintor vindo de Paris para realizar o serviço. Há na fazenda uma capela denominada Pedro II. Sobre o altar existe uma formosa imagem natural de N. S. da Conceição e no centro existe um quadro emoldurado com a autorização escrita a punho por D. Pedro II e pelo Bispo de São Sebastião, do Rio de Janeiro, permitindo que fossem rezadas missas no local. O documento data de 19 de junho de 1882.

  • Dias Atuais                                                                                                                             Atualmente o palacete encontra-se sob propriedade privada e não recebe a atenção devida, digna de sua história. Não está aberto a visitações e são raras as pessoas que entram no local, por isso é muito difícil de descrever suas condições internas atuais. O Palacete do Gavião é bastante visível por quem passa pela estrada de Cantagalo indo em direção a Aldeia, e por sinal é uma linda visão, mas como a entrada no local é muito restrita, não dá para saber se no seu interior ainda há vestígios da sua história.                  Pelo menos metade da Fazenda do Gavião (às margens da RJ-160), a cerca de dois quilômetros do centro de Cantagalo, o equivalente a 202 alqueires, ou 10.601 metros quadrados, foi a leilão público determinado pela Justiça do Trabalho. Com avaliação estimada em R$ 7 milhões, o leilão foi consequencia de ação movida pelo Ministério Público do Trabalho contra o produtor Pedro Pitta Neto, um dos proprietários da Fazenda e que figurava como réu no processo, que incluía acusações de manutenção de condições subumanas de trabalho na fazenda, assemelhando-se a trabalho escravo. O processo estava há cerca de dez anos. Porém, não foi concluído, pois o proprietário conseguiu pagar a dívida.
  • Foi feita uma pequena entrevista em Cantagalo com algumas pessoas, para saber como se anda o conhecimento dos próprios residentes da cidade em relação ao monumento histórico descrito. Somente 2% das pessoas entrevistadas chegaram a ir no local, 40% conhecem de ouvir falar, e 58% não conhecem, ou seja, a maior parte não sabe do Palacete e da sua história, que são tão importantes para a região.                                      Uma jovem comentou que quando era mais nova, chegou a ir lá. Disse que por fora é lindo (e realmente é, quem passa pela estrada consegue ver, não é um local escondido), mas disse que por dentro estava em condições um pouco precárias. Ela só teve acesso ao local pois o dono era amigo do pai dela. Mas não soube me dizer porque o acesso ao local é tão restrito.
  • Turismo no local                                                                                                                   O Palacete do Gavião é um dos cartões postais de Cantagalo e que, por muitas vezes, foi alvo de discussões de autoridades, historiadores e pesquisadores, que viam a necessidade de tombamento do local como patrimônio histórico-cultural, o que acabou não sendo feito até hoje. Em um ponto de vista bem pessoal, considero o tombamento uma boa proposta, mas preferia que resgatassem sua história e a conservassem na vida das pessoas, abrindo-o a visitações. O Palacete é dito como um ponto turístico na cidade, e até na região, porém não é aberto a visitações. Como um local pode ser considerado ponto turístico, se ninguém pode ir lá, ver, sentir sua história, e até poder fazer parte dela ?  Porque o que o turista procura é a cultura do lugar, sendo assim, fazer parte dela, não só ouvir falar, mas vê.                                                                                                             Deveria melhorar as condições internas do local, e abrir a visitações, nem que seja uma vez na semana. Enquanto estiver restrito, estará interrando uma história, e sem nem ter um porquê. Penso que algo histórico foi feito para ser mostrado, não escondido. Para quê impedir o acesso a um local como tal ? Cada lugar tem uma história, e essa história deve ser contada e divulgada. Sem contar que a abertura do local ajudaria muito no turismo da cidade e portanto na economia, pois o turismo é um ponto essencial para gerar a economia numa cidade. Sendo assim, com a abertura de tal, deveria ter uma maior divulgação, pois hoje vivemos na sociedade do espetáculo, onde a imagem é o maior gerarador de interesses, é através da imagem passada que se constrói consumidores, e o turista é um consumidor. O turista é induzido pela imagem, portanto a divulgação é importante e o conhecimento também.

     Sandy Alves

4 respostas em “Palacete do Gavião

  1. Muito bem observado a questao da proibição de entrar no local. Como eu pude observar no texto, o Palacete é um património histórico, e como tal, deveria ser mais explorado. La dentro deve ter coisas lindas e historias fascinantes sobre nosso país.
    É uma pena que nem todo mundo pensa assim. Que nem todo mundo se importa verdadeiramente com o nosso passado.

  2. É um pena mesmo,poque é muito lindo,mais sem acessopor ser patrimônio particular…fazer o que?O próprio dono poderia fazer de lá uma fonte de renda,abrindo ao publico.

  3. Ótimo trabalho Sandy!
    Muito triste saber que nós turistas não podemos visitá-lo.
    Como sempre, mais uma vez vemos nosso Governo tratando com descaso tudo o que diz respeito à população.

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